quinta-feira, 17 de março de 2016

A Garota Dinamarquesa


 Dirigido por Tom Hooper, o filme é baseado num romance escrito por David Ebershooff inspirado na vida de duas pintoras dinamarquesas Lili Elbe e Gerda Weneger.

 Em um figurino maravilhoso assinado por Paco Delgado, Eddie Redmayne interpreta lindamente o papel de Lili Elbe, um dos primeiros transgêneros que se tem registro na história. Einer Weneger mostra poeticamente seu conflito interno enquanto tenta aprender a lidar com o fato de estar preso num corpo masculino e ter uma mente feminina em uma época ainda sem referências durante os anos 1920. Em uma dura jornada para se encontrar, sua delicadeza é perceptível quando ele toca gentilmente as roupas de sua mulher com um olhar gracioso.

 Gerda Weneger, também pintora, ao pedir a ajuda do marido para pousar para um quadro em que a modelo está atrasada, o coloca em uma situação em que seus sentimentos entram em ebulição. Ao vestir a meia fina, elemento tão feminino e sensual, seus gestos suaves e delicados colocam algo que estava adormecido à tona. É quando começa a sua jornada para se encontrar, uma tentativa de separar o que se sente do que realmente é.


  Antes de Einer se transformar em Lili, os ternos têm cores mais escuras funcionando como uma espécie de proteção contra o mundo exterior. O contraste de cores acompanha a transformação de Einer Weneger para a linda Lili Elbe, que ao se permitir ser mulher, ganha cores efervescentes com mais movimento em sintonia com a sua nova fase. 

 O figurino de Gerda também ganha mais volume e cores que dão vida ao seu papel de mulher guerreira. Ao se mudarem para Paris, as roupas vão ganhando cores e formas, momento expressivo no terno marfim acinturado de Einer que é espancado por seu look andrógino.

 Um filme realmente expressivo que te leva a refletir, apaixonante para quem gosta de moda e intrigante para quem gosta de questões filosóficas. Juntas elas vivem uma história bastante densa de amor incondicional.

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